Quando a sua empresa deve apoiar uma causa ou um movimento?

Deixar sua marca positiva no mundo e se envolver em uma causa social, requer que sua empresa seja transparente e estabeleça estratégias. A seguir, explicaremos quando sua organização deve aderir a um movimento ou não, pois é preciso entender que o marketing social tem como objetivo envolver a massa e motivá-la de forma genuína.

Com a pandemia, a era da transformação digital torna-se uma potente ferramenta na instalação da desordem econômica no Brasil e no mundo, o que faz a solidariedade se multiplicar. Idosos, pessoas com transtornos psicológicos e indivíduos em situação de rua são beneficiados por ações que se espalham pelo país diante do coronavírus.

O reconhecimento da importância do voluntariado, a exposição em redes sociais, opiniões fortes e descrença em governos, mostrou para as empresas o erro em ignorarem questões que os consumidores realmente consideram nobres e importantes.

“As organizações são agentes políticos, geram empregos, são obrigadas a respeitar as leis trabalhistas e têm o dever de se engajar em causas sociais”, afirma Fabio Mariano, sociólogo especialista em comportamento do consumidor e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “O não posicionamento já significa uma tomada de posição e o consumidor também está atento a esse tipo de postura.”

Porém, é oportuno ressaltar que existem fiscais para cada movimento das empresas, além de alguns demasiadamente especializados em qualquer questão social possível. Por isso, orientamos nossos clientes a só entrarem em “brigas” que realmente correspondem aos ideais da empresa, pois quem apenas finge apoiar uma causa vai ser descoberto cedo ou tarde e sofrerá um desprezo público.

Surfar a onda de uma causa só porque está todo mundo postando sobre o assunto não torna você mais solidário que ninguém, a não ser que sua empresa levante esta bandeira há anos e que você tenha um acervo documentando as atitudes e ações da sua empresa naquele meio em questão.

BLACK LIVES MATTER

Há poucos dias tivemos um grande aprendizado de quando devemos nos posicionar — ou não — nas redes sociais a favor de alguma causa ou movimento.

A hashtag BLACK LIVES MATTER, que ganhou lugar nos trending topics mundiais entre os dias 31 de maio e 1º de junho de 2020, fez com que muitos acreditassem que o único motivo foi a morte do afro-americano George Floyd, ocorrida no dia 25 de maio, depois que o policial branco Derek Chauvin ficou ajoelhado por pelo menos sete minutos no pescoço de George, enquanto ele estava deitado de bruços na estrada.

Durante estes dois dias só se falava sobre isso. Por meio de discursos de apoio a causas antirracistas e o despertar da necessidade da valorização do negro na sociedade, pessoas brancas uniram-se em uma só voz e entraram em debates, INVALIDANDO o real significado desse movimento tão importante para os negros, que é o Black Lives Matter.

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© 2016 PACIFIC PRESS

O movimento surgiu nos Estados Unidos em 2013 e o objetivo de expor a desmedida violência com a qual pessoas negras são abordadas pela polícia. Sete anos depois, ele volta às ruas para protestar pela importância de mais uma vida negra.

Já no Brasil, Vidas Negras Importam foi também adotado pelos negros brasileiros com o objetivo de denunciar e mostrar a maneira agressiva com que policiais tratam vidas e corpos negros, clamando por justiça, para que esses policiais sejam acusados e respondam aos crimes que cometeram, porém, a prática do movimento vinha sendo silenciada pelas autoridades e também pela mídia, até que ocorreu a morte do menino João Pedro, desde então, descobertas de novos casos de abusos policiais vem sendo expostos diariamente.

Dessa forma, a solidariedade digital com a causa deu a oportunidade de nós, negros brasileiros, colocarmos à mostra casos de abusos policiais que sofremos o tempo todo, principalmente os moradores de periferias.

Esse tema abre a oportunidade de entrarmos em outras questões sociais das quais o racismo se torna protagonista na história da população negra, mas esse discurso cabe somente àqueles que realmente entendem, estudam e lutam pela causa.

O ano é 2020 e o Brasil caminha para a maior crise econômica de sua história (O grande confinamento), cuja taxa de desemprego pode chegar a 18,7% — ante os atuais 12,2% — no fim deste ano, na estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Por esse motivo, manifestações polêmicas, principalmente na atualidade, devem ser tratadas com muito cuidado e atenção.

MARKETING SOCIAL

Posicionar-se no calor do momento, sem entender a necessidade e o motivo real da causa, só porque outras empresas também estão se posicionando, não fará sua empresa ganhar reconhecimento. Parecerá oportunismo e a sua credibilidade enquanto uma organização transparente pode cair por terra, prejudicando a reputação da sua empresa e podendo tornar inválido também tudo o que vem sendo construído há anos.

Se a sua empresa deseja lutar por alguma causa social e fazer parte de um modelo de negócio que busca a transformação social com o propósito de elevar o valor do seu produto ou serviço, é de extrema importância que haja investimento: pesquisas de mercado, segmentação, estratégias, metas e planejamento com objetivos e prazos são premissas que devem ser abordadas no Marketing Social.

Saiba a importância da escolha da causa na qual você irá escolher para trabalhar, afinal é preciso que ela seja relevante para os consumidores da empresa e deve ter conexão com a missão, visão e valores da organização.

Caso você não veja uma causa para apoiar ou não possui recursos de investimentos, nós indicamos o Marketing de filantropia, doando para uma entidade que executará o trabalho.

O segredo de sucesso do Marketing Social é se envolver completamente com a causa, incentivando, provendo mudanças reais e divulgando bastante o trabalho, para que em um determinado momento os consumidores possam associar os resultados à sua marca, gerando mais valor ao seu negócio.

Ressaltamos ainda que nós sempre orientamos aos nossos clientes de quando e como se posicionarem diante de movimentos solidários iniciados pela internet, afinal, como já mencionamos acima, nem sempre estes movimentos traduzem a identidade, visão, missão e valores destas empresas.

Palavras chaves: pandemia, João Pedro, população negra, estados unidos, apoio a causas, a era da transformação digital, maior crise econômica, questões sociais, marketing social, solidariedade e vidas negras importam.

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