Quebrando Fronteiras

Acontecerá a qualquer dia, em qualquer horário e muito provavelmente mais de uma vez para cada um de nós. Você estará caminhando ou trabalhando, absorto em seus pensamentos, até que um coelho chamará sua atenção. Convenhamos, não é todo dia que se encontra um coelho. Pela peculiaridade da situação, você começará a seguir esse curioso animalzinho e quando se der conta, já estará dentro da toca dele.

Ao olhar em volta, perceberá que se trata de um mundo diferente de tudo o que já viu, uma atmosfera mística paira no ar e seus sentidos se confundem com essa nova experiência. Perdido e ao mesmo tempo encantado, você encontra um gato peculiar em cima de uma árvore e resolve lhe perguntar aonde este curioso caminho o levará.

Naturalmente, o gato olha fixamente para você e responde sua pergunta querendo saber aonde gostaria de ir. Ainda mais curioso e intrigado com a pergunta, você explica com naturalidade que está perdido e, portanto, não sabe para onde deseja ir. Calmamente, o gato lhe responde que para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho servirá. Aposto que essa história parece familiar, não é mesmo?

Poderíamos estar falando do famoso livro “Alice no País das Maravilhas”, ou do filme Matrix, afinal, tanto Neo como Alice seguiram um coelho branco e se colocaram em uma situação de escolha, entre a realidade e um mundo de ilusões.

Reflexões sobre Filosofia, Ética e Valores

Na verdade, estamos fazendo reflexões sobre filosofia, ética e os valores da nossa vida cotidiana, na sua forma mais pueril. Recentemente tive contato com o livro “A Monja e o Professor”, um diálogo inspirador entre o professor Clóvis de Barros Filho e a monja Coen. Essa maravilhosa conversa sobre felicidade, identidade, fidelidade e moral – temas muito pertinentes no momento em que vivemos – leva a um ponto fundamental, a transformação.

Encontros provocam transformações. Somos constantemente transformados pelas pessoas com quem convivemos e pelas situações que vivenciamos, assim como transformamos todos em nossa volta. Logo, podemos dizer que fazemos parte de um grande ecossistema, no qual tudo está interligado. Quando nos damos conta dessa relação, percebemos que buscar a nossa felicidade é também respeitar e ajudar o outro a encontrar a sua.

Manifestos Humanistas

Poderíamos seguir essa reflexão por muitas páginas, mas pensando na nossa realidade profissional, no universo da comunicação, podemos levar o mundo de Matrix e da Alice para entendermos a transformação digital que estamos vivendo, a forma como o marketing e as agências de publicidade estão se reinventando para permanecer vivas e acompanhar o processo de transformação de todas as pessoas e organizações. Como dizia Charles Darwin:

“Na forte luta pela vida, a sobrevivência será dos mais aptos”.

Charles Darwin, na sua obra “A Origem das Espécies”.

Convenhamos que ser apto é muito diferente de ser forte. Aptidão não está mais relacionada apenas ao faturamento, à estrutura física ou ao número de colaboradores de uma empresa. Consideramos também a capacidade intelectual de aprender e a flexibilidade no campo do conhecimento. Atualmente, são essas habilidades que definem a aptidão e o sucesso.

E um belíssimo exemplo de constante transformação e reinvenção é a Tátil Design, uma consultoria de branding, design e inovação que desenha estratégias, expressões e experiências de marca que geram valor aos negócios, às pessoas e à sociedade. Percebam, o manifesto da marca deixa de ser apenas comercial ou financeiro e passa a ser sustentável, no seu sentido mais amplo. Ainda estamos tratando de geração de valor, mas agora não só para os negócios, e sim para as pessoas e para a sociedade na qual estão inseridas.

Inteligente? Sem dúvida, afinal, uma organização é formada por pessoas, que estão inseridas na sociedade. Pensar em marketing e comunicação é pensar nas pessoas como centro da estratégia, é criar formas de interação e experiências que provoquem uma transformação positiva no público. Podemos observar essa reinvenção em muitas outras empresas ao redor do mundo. Esse movimento é uma tendência global.

Tendências & Transformações no Mercado da Comunicação

Como se não bastasse essa gigantesca mudança de mindset das empresas criativas, observamos ainda outra tendência: o fortalecimento de parcerias estratégicas entre empresas do mesmo segmento e, muitas vezes, com os mesmos produtos ou serviços, visando única e exclusivamente promover transformação social.

Esse é o cenário da recente fundação da 1.2.3.5.8, uma empresa fruto da sociedade entre o Grupo Artplan, a Tátil e a consultoria Mandalah. Sob o questionamento de qual o papel que as marcas devem ter na construção de um futuro desejável, a 1.2.3.5.8, que teve seu nome inspirado na sequência de Fibonacci, vem ao mercado para criar projetos de impacto social escaláveis, com soluções criativas, capacidade de mensuração e resultados para as marcas envolvidas.

Isso mesmo que você acabou de ler: gigantes da comunicação se unem em um novo negócio de transformação social através de soluções criativas e estratégicas. Simplesmente lindo! Esse é novo posicionamento que o mercado e as grandes corporações estão pedindo; o mundo está em constante transformação e as empresas criativas precisam se adaptar para realizar entregas melhores, que impactem positivamente não só o negócio mas também as pessoas e a sociedade.

Mudanças nos Perfis Intelectuais

Nos últimos anos temos vivido uma difícil transição entre as gerações; o que funcionava há alguns anos, hoje não funciona mais e provavelmente não funcionará mais amanhã. Um grande exemplo disso são as profissões. Atualmente, não há mais uma correlação imediata entre carreira e graduação. Para muitos de nós, essa era uma relação obrigatória, afinal, nada mais lógico que, ao estudar economia, você se torna um economista; se sua formação é na área de engenharia, você se torna um engenheiro.

Atualmente, essa relação se transformou de tal forma que temos cientistas de dados e engenheiros trabalhando em agências de publicidade e propaganda. No livro “O Fuzzy e o Techie”, do Scott Hartley, ele demonstra claramente essa mudança no perfil de contratação das empresas: a competência mais valorizada atualmente é a capacidade intelectual de unir os conhecimentos das ciências exatas, humanas e tecnológicas. A mensagem é clara e direta: as ciências humanas vão dominar o mundo digital.

Extinguiram-se as fronteiras do conhecimento, transformando os modelos de negócios de empresas. Mas, entre tantas mudanças que estão acontecendo, alguns conceitos ainda permanecem intactos. Pessoas e relacionamentos ainda são o centro das estratégias de comunicação. Isso a tecnologia ainda não conseguiu transformar: gente é gente, somos uma maquininha pré-histórica de 150 milhões de anos, dotada de uma capacidade intelectual incomensurável.

A má notícia é que os negócios estão difíceis.
A boa é que estão mais difíceis para os grandes, lentos e conservadores.
A raposa é o animal da vez.

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