O gerenciamento ágil de projetos é um estilo, uma forma de construir jobs mantendo a gaveta aberta para a entrada e saída de informações. O conceito acadêmico refere-se ao gerenciamento ágil como o processo que foca na entrega de valor, na melhoria contínua, na flexibilidade, nas informações da equipe e nas entregas que refletem a necessidade do cliente. Uma busca constante de acertos e, principalmente, a redução dos erros, já que eliminá-los é utopia.
Com certeza, você já ouviu dizer que um projeto é um programa multifuncional, com tempo e ferramentas pré-definidas, que requer muito esforço e planejamento. Podemos dizer que, nesse modo de gerenciamento, aplicamos uma estratégia direcionada a ordens e prazos que resultam como eficiência é o velho ditado “missão dada é missão cumprida”, e o prazo atingido é sinal de competência. Até concordo com essas práticas, pois fui formado com essas premissas, mas as perguntas que sempre surgem são: o que faço com aquilo que acontece no meio do processo? E, como trabalho com aquilo que surge, será que vou enxergar algo que irá surgir?
Será impossível obter as respostas com o sistema convencional de gerenciamento. É necessário agilidade e novas maneiras de conduzir qualquer projeto. Hoje eles são coletivos, participativos, dinâmicos e — me atrevo a dizer — infinitos, ou apenas 99% concluídos, já que o aperfeiçoamento e a melhora contínua são vitais para a sobrevivência deles.
As ferramentas modernas e ágeis para suportar e executar todas as variáveis que influenciam os projetos do século XXI são: a mudança da mentalidade e a reflexão sobre o assunto. Conciliar a mudança na construção e saber que novas demandas serão inseridas e, principalmente, que as descobertas serão implementadas à medida que formos nos aprofundando no processo de construção.
Em uma dessas tardes agitadas, como em toda agência de publicidade, reparei em um livro sobre gerenciamento ágil de projetos que estava em cima da mesa, o que despertou mais ainda minha curiosidade e comprovou a necessidade de alterar a mentalidade presente na elaboração e na construção de projetos. O livro foi lido, grifado e explorado!
Logo nas primeiras páginas fui surpreendido com o “Manifesto do Desenvolvimento Ágil de Softwares” de um grupo de especialistas que se reuniu em 2001 — isso mesmo, em 2001 já havia comentários e reflexões sobre o que os melhores projetos bem-sucedidos tinham em comum. Nele, são feitas referências a pontos importantes para alterar a mentalidade estabelecida sobre o desenvolvimento de projetos, transformando a postura e as iniciativas. São elas:
- Pessoas e interações, acima de processos e ferramentas;
- Projetos validados, acima de uma documentação abrangente;
- Colaboração do cliente, acima de negociação de contratos;
- Resposta à mudança, acima de um plano a ser seguido.
Aprendi que essa abordagem é muito mais que seguir um método, é perceber que as decisões serão baseadas nas realidades observadas no e durante o projeto. Um controle empírico, tendo como a experiência e a observação. Podendo fazer ajustes imediatos (para proporcionar desenvolvimento e aprimoramento) que no seu início eram ausentes ou ocultos.
Para inserir e aplicar esse novo jeito de pensar e controlar os projetos, é necessário estabelecer condições em que todos os envolvidos tenham pleno comprometimento com a nova abordagem ágil e total consciência dos conceitos:
- Transparência irrestrita: todos os envolvidos devem saber o que está acontecendo e como será o progresso;
- Inspeção frequente: todas as pessoas devem avaliar diariamente o processo de desenvolvimento;
- Adaptação imediata: os ajustes, as modificações e/ou descobertas serão realizados para minimizar os problemas, se uma observação detectar que algo deve ser mudado. Não podemos perder tempo ou nos enraizar nas decisões do passado.
A abordagem ágil também envolve o mesmo tipo de trabalho, tarefas e responsáveis que estão presentes no projeto tradicional, porém há maior interação entre a equipe, e o espírito de iteraçãoserá evidente e presente. Sempre testando e corrigindo qualquer desvio, acrescentando novas ferramentas, novas ideias, novos resultados e novas percepções adquiridas em um cenário/mercado cada dia mais estável e influenciado pela tecnologia.
Os projetos ágeis são mais bem-sucedidos por apresentar uma dinâmica alinhada à colaboração e à disposição da equipe em realizar adaptações imediatas, avaliações constantes e entender a satisfação do cliente.
Se você terminou esse texto, tenho uma boa notícia: um dos requisitos para trabalhar com essa metodologia é ouvir e perceber as observações dos outros. Parabéns! Você já é mais um profissional ágil do mercado.
i·te·rar – Conjugar.
Verbo transitivo.
Repetir; tornar a fazer.